segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O Preconceito


O cartoon representa o preconceito : dois homens com cauda ridicularizaram e humilharam outro que tem as orelhas invulgarmente grandes. A intenção do cartoonista é denunciar atitudes mesquinha sque nos levam a apontar os defeitos dos outros, mas não nos permitem ver correctamente as nossas fraquezas. Trata-se de uma metáfora que relaciona o preconceito com a incapacidade do ser humano de reconhecer os seus próprios defeitos. O cartoon mostra ainda que o feio e o bonito é relativo e discutível.
Em O Aquário, o peixinho vermelho é também ele, pela mesma razão vítima de preconceito. Em ambos os casos, pretende mostrar-se que o exterior não é o mais relevante.
( cartoon de Rodrigo de Matos)

O cinema, Gonçalo M. Tavares




O senhor Juarroz, quando ia às compras, ficava tão maravilhado com as formas e cores dos dirsos produtos colocados nas prateleiras que chegava ao fim com o cesto vazio.
Na verdade o senhor Juarroz ia às compras, não para comprar, mas para ver. Não ia fazer compras materiais, mas sim compras visuaiscomo já o conheciam, os empregados do supermercado, vendo-o a entrar, por vezes diziam:
- Senhor Juarroz, olhe que chegaram uns produtos novos. Estão na última prateleira daquele corredor.
E o senhor Juarroz, agradecendo a indicação, ansioso, lá acelerava o passo na direcção indicada.
in Tavares, Gonçalo M., O Senhor Juarroz, Ed. Caminho, 2004
O premiado escritor Gonçalo M. Tavares tem muitos leitores no 8ºF. A Carla Machado é, talvez, a mais assídua: já leu todo o Bairro e está familiarizado com todos os senhores...
Curiosamente, o Senhor Valéry continua a ser o favorito.

Já lemos...


Parabéns, Caloira, de Anabela Mimoso - Mariana

Crime no Expresso do tempo ,de Luísa Ducla Soares - Liliana

O livro que falava com o vento e outros contos, de J. Jorge letria - Rute

O 13º Andar, uma história de fantasmas, de Sid Fleileichman -

O gorro vermelho, de Ana Saldanha - Bruna Barbosa

Uma questão de cor ,de Ana Saldanha - Sara

Vitória, Vitória, de Clara Pinto Correia - Bruna Martins e Liliana

O rapaz e o robô ,de Luísa Ducla Soares - Bruno

O senhor Valéry, de Gonçalo M. Tavares - Miguel

Perigo Vegetal, de Ramón Caride - Liliana e Sandra Cabral

Entre irmãs, Maria Teresa Gonzalez - Xana

Um cheirinho a canela, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada - Ana Barradas

Brasil, Brasil, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada - Andreia Patrícia

Uma chuvada na careca, de Alexandre Honrado

O Diário de Anne Frank, de Anne Frank - Joana

Os sete cães roubados, de Enyd Blyton - André

A minha vida não é nada disto, de Alexandre Honrado - Carla Machado

O Aquário


Foi em Novembro que lemos O Aquário. A princípio, achamos estranho, dado que é uma obra proposta para o terceiro ano de escolaridade, mas rapidamente percebemos que um livro pode ter mais do que uma leitura e que os alunos do ensino pré-escolar farão uma leitura mais literal do que nós. As nossas “competências de leitura” já nos permitem ir mais longe e ler outras camadas do texto. Cada leitor associa a sua “leitura” às suas próprias vivências e a outras leituras, por isso é natural que nós, como já lemos mais, associemos este texto a mais coisas.


Num primeiro momento, detivemo-nos sobre o humor “escondido” no texto e no paratexto de O Aquário. No texto, destacamos “a sua voz sumida de peixe”. Esta expressão é muito engraçada, pois apesar de desde o início da história estarmos cientes de que estamos em presença de uma fábula, não deixa de ser curioso tentar imaginar a voz de um peixe.


Nas ilustrações, o cómico é-nos sugerido pelos braços, garfos que os peixes usam, bem como pelos óculos do peixe negro. Trata-se de uma antropomorfização ( os animais adquirem aspectos humanos).Também constatamos que a ilustração, apesar de agradar aos mais novos, tem características que lhe permitem agradar a várias faixas etárias.

Depois disto avançamos para outro tipo de leitura. Estivemos a analisar as relações que se estabelecem entre o peixinho vermelho e os outros peixes e percebemos que o aquário não é mais do que uma metáfora.
Quanto ao peixinho vermelho procuramos substituir a característica mais visível dele (a cor), por outra característica que o distinguisse aos olhos dos outros (imaginamos um “peixinho” cigano, homossexual, Jeová, negro, portador de deficiência motora, gótico, punk, hippie ).