segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

domingo, 7 de fevereiro de 2010

História de Espelhos, lipograma

Um felino feminino com nome de flor, no espelho, vê os seus predecessores: um ser com super poderes que perdeu o seu instrumento de feitiço, um forte intruso com pulso de ferro e um descendente de rei, mulher, triste com o seu destino. O ser felino, no seu trono morrinhento, sente-se um estorvo: ninguém o entende e por isso só quer comer pombo com gosto de sol. Felizmente, depois de muitos feitos, o felino ser percebe que todos nós temos estorvos, o que é preciso é viver contente.

Turma Rede 7.º F e 7.º E
Ana Teresa, Diogo, Joana (7.ºE)
Diogo, Rúben, Rui, Tatiana (7.ºF)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ainda a Princesa Aurora de Uma História de Espelhos, de Ana Luísa Amaral



Pai, eu tenho que te dizer uma coisa, que me vai custar a dizer, mas tem mesmo de ser: eu não vou cumprir as tuas ordens, porque hoje, com a gata Papoila aprendi uma lição, aprendi a importância da liberdade e da independência. Eu vou casar com quem goste de mim e de quem eu goste e vou ter o meu próprio emprego, por muito que isso te custe. Este é o meu grande sonho.


Bruna, n.º4; Bruna, nº5, Maria n.º 12, 7.ºC



Pai, peço muita desculpa, mas vou fazer o que queres, quero ter a minha liberdade!!! Não vou casar com quem queres, sou eu que escolho de quem gosto (se nós pudéssemos escolher de quem gostamos...): é o meu coração que manda. Quero casar com a pessoa que amo. Chega de seres tu a escolher por mim, a mandares em mim. Eu tenho direito a escolher!

Patrícia e Ana Raquel, 7.ºC

Um possível diálogo entre a Princesa Aurora e o Rei, seu pai...


AURORA: Pai, sei que segundo a tradição todas as princesas casam com os príncipes e vivem felizes para sempre, mas eu não estou de acordo com isso: eu sou livre e posso decidir com eu quero viver a minha vida.


PAI: Mas isso é uma tragédia ,a nossa tradição prolonga há anos, há séculos, há milénios! E tu agora chegas aqui e queres mudar isto tudo de um momento para o outro ?


AURORA: Pai ,sabes que eu sempre adorei computadores e que o meu sonho e ser técnica de informática compreende o que sinto. Quero ter uma profissão.


PAI : Filha,mas tu não podes chegar aqui e mudar a tradição, isso seria uma vergonha para a nossa família, e eu não te perdoaria nunca.

TATIANA OLIVEIRA Nº19 7ºD

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

A propósito de Uma história de Espelhos, de Ana Luísa Amaral


A resposta da princesa da Aurora....

Pai, compreendo que segundo a real tradição, os pais é que escolhem os noivos para suas filhas, não é habitual as princesas terem emprego. Mas isto tem de mudar: todos temos o direito ao livre arbítrio. Eu quero escolher o meu próprio caminho!
Não quero ser mais uma ”dondoca”. Eu sou a Aurora, uma princesa do séc. XXI.”

Denise e Inês Isabel , 7.ºD

Pai, já estou farta de seres tu que escolhes tudo na minha vida: os meus amigos, o meu namorado, o meu noivo. Quantos anos pensas que eu tenho? Sete anos? Eu já tenho 18 anos e não sou propriamente uma criança, todas as minhas amigas podem escolher os namorados delas e eu, quando estou com elas, até me sinto mal. Tratas-me assim por ser um princesa?
Eu é que sei com quem eu vou namorar ou casar, e não estou muito incomodada com a tua opinião…

Iara Garcia e Inês Oliveira, 7.ºD


Pai, peço imensa desculpa, mas não vou cumprir a tua vontade.
Quero ter o meu próprio emprego e quero-me casar com a pessoa que amo, e não com a pessoa que tu queres. Espero que compreendas. Estamos no séc.XXI, e eu quero construir o meu próprio futuro e quero que te orgulhes de mim, Aurora, a princesa emancipada!

Renata Talento, 7.ºC

A propósito de As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes


As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes


Armanda, a viúva, queria arranjar dinheiro para concretizar o sonho das suas filhas…
Armanda pensou, pensou, mas não conseguia arranjar solução, a única solução que ela via era matar o seu marido para ficar com uma boa herança, que este havia escondido da sua esposa, porque a Armanda era muito vaidosa e andava sempre a gastar nas feiras e nos saldos, por isso mesmo o seu marido que escondeu-lhe essa herança.
Até que houve um dia que a Armanda o envenenou. Nesse mesmo dia, o senhor começou a sentir-se muito mal e a mulher, fazendo-se de vitimam chorava. O médico veio dar a notícia de que o marido de Armanda tinha falecido, mas que estava ir a aia fazer a autópsia para saber qual a verdadeira da causa da morte.
Entretanto, chegou a família do marido da Armanda para dar os sentimentos à mesma, pensando eles que ela era inocente.
A Armanda muito preocupada que descobrissem que foi ela que o matou, disse aos familiares que tinha que ir embora porque as suas filhas estavam em casa sozinhas à sua espera. De seguida, o médico ligou para a Armanda a dizer que ela tinha que ir lá urgentemente. Armanda ao chegar ao hospital viu tantos polícias e então desviou caminho e fugiu. O médico na janela do hospital viu-a a fugir e foi atrás dela. Quando a conseguiu apanhar ligou para a polícia.
Armanda então foi presa e as suas filhas ficaram com a sua tia Madalena que lhes realizou os seus sonhos, que tanto ansiavam… A mais velha dizia que queria uma viola azul, mas ela e a irmã tinham um segredo… A viola azul era apenas um código… Viola azul era morte à mãe! E de facto a mãe não morreu, mas foi presa e condenada a prisão perpétua… E no fundo era a mesma coisa! Foi triste que o seu pai tivesse falecido… Essa dor jamais iriam conseguir apagar dos seus corações!

Soraia Lopes, João Braga, Bruno Silva e Soraia Vieira.



Passados alguns dias, já a Polícia tinha descoberto como o homem tinha morrido. A conclusão a que a polícia chegou era simples: a mulher do falecido tinha um amante, que era carteiro e era também o vizinho da frente. O amante tinha uma encomenda para a sua amada; o carteiro tinha imensos ciúmes e estava furioso de ver a sua amada, com o marido. Foi então que resolveu, na altura da entrega da encomenda, quando o marido vinha assinar o aviso de recepção, que o carteiro tirou uma navalha do bolso e tentou dar-lhe um golpe no pescoço. O senhor como estava em pânico, foi até à janela, pedir ajuda e o amante, empurrou-o da janela e este caiu… O amante/carteiro, como ficou assustado, chamou uma ambulância, isto para fazer-se de despercebido… O marido não aguentou e morreu.
Esta foi a conclusão a que a polícia chegou… Tudo graças a uma vizinha prestável, que havia observado tudo da sua janela!

Bárbara Sequeira, nº 3, Hugo Carvalhais, nº 8, Hugo Santos, nº 7, Isabel David, nº 10


Um dia, o homem da vendedora descobriu que esta o traía com o lixeiro. Alguns dias mais tarde, a mulher descobriu que o homem sabia que ela o andava a trair. Por isso, a mulher e o amante, o lixeiro, queriam fazer desaparecer o marido. Quando anoiteceu… A mulher, servia o jantar, e sem o marido reparar colocou-lhe veneno na comida. O marido, após a refeição, começou a sentir-se um pouco maldisposto. Depois de tanto vomitar, acabou por falecer.
Quando a mulher deu conta que o seu marido estava já morto, arrastou-o até à cozinha e cortou-o às postas e meteu-o dentro de uma saca plástica. Então, depois de arrumar a cozinha, foi levar o lixo ao contentor e levou a dita saca, juntamente com outras.
Quando os lixeiros vieram recolher o lixo, o José, seu amante, fez imensa questão de recolher o lixo daquela casa, a casa da sua amante. Ao pegar nas sacas do lixo reparou que uma delas estava bastante pesada… Questionou a mulher sobre o facto, e esta respondeu-lhe baixinho: É o corpo do meu marido… Já o despachei…
O lixeiro entrou em pânico, mas acabou por deixar passar…
Alguns meses depois, descobriu-se que a mulher matou mesmo o seu marido e esta foi condenada à morte. As suas duas filhas ficaram com toda a herança.
A propósito, o homem enterrado no quintal era o pai da mulher… Esta também o matou quando era mais nova…
Cecília nº6, Artur, nº11, Joaquim, nº 14

Depois de viverem assim muito tempo, lá houve dinheiro para comprar a viola para a sua filha. A viola foi adquirida na loja “Fá, dó, sol, ré, lá, mi, si” (Frade ao sol reza a missinha), que todos sabiam ser uma fachada para negócios obscuros. Na boca da viola estava escondida droga… Para a esconder, a filha, pô-la no seu quarto , pois ninguém lá entraria… Como a casa estava à venda, houve um belo dia em que um potencial comprador veio ver como era a casa., mas as filhas da mulher não sabiam desta visita. O potencial comprador, ao ver o quarto da filha mais velha, reparou na viola e consequentemente na droga que estava lá escondida. De imediato declararam à polícia tudo o que tinham descoberto. A polícia de imediato efectuou uma busca à casa e encontraram de facto a droga. A filha mais velha foi presa e passados dois dias foi interrogada. Perguntaram-lhe como tinha arranjado dinheiro para o produto. Esta admitiu que tinha roubado o seu pai e este quando descobriu ela matou-o e enterrou-o no quintal.

Sofia Salgado, nº18, Bárbara Monteiro, nº 2


No dia 1 de Janeiro de 1997, morreu o meu adorado marido, numa festa de trabalho. Eu não sei como isto tudo se sucedeu, contudo tive a grande ajuda da Polícia Judiciária.
A polícia disse-me apenas que o meu marido foi assassinado com uma bebida e veneno de rato. Sofro, todos os dias, pensando que quem o matou anda por aí à solta.
Entretanto, chegou a Polícia a minha casa e contou-me o seguinte:
- Como sabe, o seu marido foi morto com veneno de rato, misturado na bebida; morreu ao pé da casa de banho e o assassino transportou-o para aquela divisão. De seguida, quando a festa terminou, levou-o para casa no carro do próprio morto. Seguidamente, enterrou o morto ao pé do limoeiro do quintal, não deixando quase suspeitas algumas.
No entanto, a polícia fez o seu trabalho e descobriu que quem o matou foi o seu colega de trabalho, que tinhas muitos ciúmes por o seu marido ser melhor que ele.
Ora bem, eu fiquei chocada!!!
A polícia agradeceu-me, porque eu e a minha família contamos-lhes que o nosso cão andava sempre ao pé do limoeiro a farejar… Assim descobrimos que o meu marido estava lá enterrado. Por fim a Polícia foi-se embora e nós ficamos a chorar a morte do meu marido!

Ana Ribeiro, nº1, Carlos Santos, nº5, Renata Castelo, nº17, João Barbosa, nº13, Mónica Coelho, nº 15


As mãos naufragadas | Beatriz Hierro Lopes


As mãos naufragadas | Beatriz Hierro Lopes



Vendia luvas na rua. Cachecóis, quando havia tempo para os tricotar. Vendia calor para um Natal que se imaginava quente. Catarina, à espera do autocarro, ouvia-a: dizia, que gostava de esperar, que a espera a resguardava da chuva, protegendo as luvas e os cachecóis por vender. Tinha um nome e um sorriso, a mulher que todos os dias esperava. Fazia-o de pé. Vestida de negro, a pele e os olhos claros fundiam-se na sombra. Sem se saber onde ela terminava e a sua viuvez começava.

Vendo chegar o autocarro, levava aos bolsos as mãos naufragadas, em busca de consolo. Vazios, faziam-na sentir o corpo pesado. A alma pesada, dizia, ao abrir as palavras para que delas saísse luz. A filha mais velha (que não tricotava) faria anos daí a dois dias. Queria uma viola. Uma viola azul para cantar à noite. Mas naquele Inverno ninguém parara na rua para comprar calor à viúva.

Sentada no autocarro, num banco frio, contava histórias – de meninices antigas – embalando com o olhar uma tristeza doce. A casa onde vivia seria vendida: haveria sempre violas para dar às filhas. O marido, que morrera de imprevisto, nunca era tocado. Também ele tivera nome mas, pela boca da viúva, era tão-somente conhecido como o morto. O seu morto. Aquele que enterrara no quintal da sua casa, junto ao limoeiro.

Custava-lhe vender a casa: dizia-o, com pesar. Até os mortos se vendem.

quarta-feira, 25 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Da leitura nascem outras leituras...outras expressões.

Eu não sou um barco encalhado, porque tenho sonhos para alcançar, um caminho para percorrer… Nunca “encalhar” é sinónimo de resistir e seguir aquilo em que se acredita. Se eu fosse realmente uma árvore, gostava que olhassem para mim e me vissem como um sinal de coragem e resistência. Gostava que as pessoas não desistissem dos seus sonhos, pois eles abrem portas para outros mundos…

Gabriel Silva, nº11 8ºB

Eu não sou um barco encalhado, porque tento sempre seguir o meu rumo, procurando alcançar os meus objectivos. Eu sou uma árvore, porque estou sempre de pé (aconteça o que acontecer!), mantendo-me forte. À semelhança da árvore dos abraços, também eu gosto de dar amor, carinho, ternura a todos aqueles que precisam.

Catarina Teixeira, nº4 8ºB

Não sou um “barco encalhado”, mas sim uma árvore graças aos meus amigos de verdade. Àqueles que me apoiaram sempre e me deram aqueles abraços, naqueles momentos em que precisava…
Agora sinto-me realmente uma árvore, pois sei ouvir e apoiar os meus amigos quando eles precisam. Quando a minha vida era como um “barco encalhado” sentia-me inútil, triste e sozinha. Mas consegui ver quem era realmente, descobri o meu verdadeiro “eu”. Agora sinto-me uma pessoa útil, feliz e com verdadeiros amigos.
Hoje sinto-me ORGULHOSA por já não ser como um “barco encalhado” e ser uma “árvore feliz” e com amigos.

Ana Raquel nº2 8ºB

domingo, 27 de abril de 2008

A caixa de peixes (lipograma sem e)


Na caixa de peixes viviam três felizes peixes azuis, até que apareceu um peixe carmim. Ninguém lhe ligava e ele sentia-se bastante triste e nem se alimentava decentemente. Sentia-se mal. A chegada de um peixe às riscas fez a diferença. Em breve, a dupla, para grande surpresa, faz amizade. Inicialmente enfermam aqueles que têm escamas azuis, seguidamente acama aquele que tem riscas. Apenas subsistia aquele peixe que era carmim. Este pediu ajuda e, graças a tal súplica, quem vivia na caixa de peixes resistiu.
A estima entre eles cresceu e presentemente reina a unidade.


sexta-feira, 25 de abril de 2008

Poema à Liberdade




Oficina de Escrita:
Poema à Liberdade, partindo do poema Letra, palavra de João Pedro Mésseder


Letra, palavra
Vasculho no cesto das letras
Até encontrar um G
Continuo a vasculhar
Até descobrir um A
Remexo, remexo, remexo
Até encontrar um T
E lá no fundo de tudo
Descubro por fim um O.
Componho então a palavra.
Mas p’ra não ficar sozinha

Arranjo-lhe já companhia
Formando mais três palavrinhas:
Telhado, Sol, Sardinha.
João Pedro Mésseder



Procuro num cravo
E facilmente me surge um L
Semeado no chão, encontro um I
Um pouco mais adiante, um B
Olhando para o cano de uma espingarda, aparece o E
Voando, branco e puro, mostrou-se um R
No sorriso de uma criança vi estampado um D
Andando, andando, o A
Encontrou, por fim, o que desejava:
Um valioso D
E um formoso E.
Formo, assim, a palavra.
Mas para não ficar sozinha
Encontro-lhe companhia:
Cravos, Revolução, Democracia.
Bárbara, Mafalda e Marta do 7ºG


Procuro no olhar dos que aspiram ser livres
Até descobrir um L
Continuo a procurar para um I encontrar
A minha procura ainda não acabou
Pois, para ser livre, o B alguém inventou.
Procurei, procurei, procurei
Na pétala vermelha de um cravo, o E encontrei
Dum tiro de uma espingarda
Esfumou-se no ar um R
E logo um grande D se desenhou.
Na criança que sorriu um A se esboçou.
Por fim, de um outro cravo o D espevitou
E da sua semente um E brotou.
Mas para se ser livre a valer
Mais três palavrinhas há que escrever:
Igualdade, Alegria, Fraternidade.
Ana Pereira, Ana Moreira e Soraia do 7º G


Procurei no baú das letras
E encontrei o L
Vasculhei, vasculhei
Por fim, encontrei o I
Revistei o espaço todo
E vi um V
E um R, todo orgulhoso!
Como me faltava uma letra
Pedi à liberdade para me emprestar o E.
Formei então a palavra.
Mas para não ficar sozinha
Encontrei-lhe logo companhia:
Expressão, democracia, alegria.
Ana, Joana e Tiago do 7º A

Procuro no cano da espingarda
E lá encontro um L
Continuo a vasculhar, para encontrar um I
Vi um cravo vermelho, muito vermelhinho
E era tão vermelho que me deu um V
Fiquei ainda mais feliz!
Procuro, procuro, procuro
E encontro um R
Faltava-me apenas encontrar um E.
Mas, para dar sentido à palavra,
Encontrei-lhe uma data:
24 de Abril de 74.
Rúben e Nuno do 7ºG

terça-feira, 25 de março de 2008

Operação Marmelada, de Manuela ribeiro, por Sandra Cabral


Esta história começou numas férias de Ricardo e de Miguel em férias de Carnaval. Quando os dois amigos souberam que um oficial da força área foi raptado, os dois desconfiaram de uns estranhos mascarados que pareciam andar por tudo o que é sítio. Apesar de não terem provas, tudo levava aos mascarados. Os dois resolveram o mistério: o oficial da força aérea foi raptado por causa de uma simples receita de marmelada que foi confundida com algo mais valioso.



Ribeiro, Manuela, (ilustração de Pedro Morais) Operação Marmelada, Editora Âmbar , Porto.

Sandra Cabral, 8ºF

domingo, 9 de março de 2008

Os Lusíadas, 9ºE


Ao longo das últimas aulas, na disciplina de Língua Portuguesa, os alunos do 9º E começaram a ler e a analisar Os Lusíadas de Luís de Camões. Inicialmente, foi a medo, o medo do desconhecido, em seguida surgiu a compreensão da mensagem e, agora, interiorizaram as palavras e o valor de Camões.
No último teste, foi-lhes proposto um desafio: construir um texto com o qual motivassem outros colegas para a leitura d’Os Lusíadas. A adesão foi grande e, por isso, nada melhor que incluir as suas opiniões no blog.
É meu desejo que estas linhas possam motivar para a leitura de tão grande obra literária e fazer perceber a importância do povo lusitano. Os alunos do 9º E já compreenderam.

A profª Rosa Machado



“Aconselho-vos a ler a obra Os Lusíadas de Luís de Camões, porque fala da história de Portugal e da coragem do povo português, principalmente dos navegadores. Camões fala também da forma como Vasco da Gama e outros portugueses descobriram o caminho marítimo para a Índia.
É uma obra complicada, mas muito interessante.”

Tiago Silva, nº 17



Os Lusíadas é um texto poético interessante que fala de outros tempos passados, dos Descobrimentos levados a cabo pelo povo português. D. Sebastião foi um rei que fez tudo pelo seu povo assim como Camões que escreveu esta obra em decassílabos, ou seja, versos com 10 sílabas métricas e estrofes de oito versos. As pessoas, na Antiguidade Clássica, adoravam vários deuses, como a deusa da água e até a deusa do amor. Camões aproveitou a influência dos antigos e também ele refere os seres sobrenaturais.
É uma obra maravilhosa e com muitas histórias da vida deste povo lusitano.”

Pedro Barbosa, nº 12



“Ó caros colegas, devem ler Os Lusíadas. É uma obra espectacular, porque assistirão à viagem marítima de Vasco da gama para a Índia, lerão a Dedicatória de Camões, grande poeta português, ao El-rei D. Sebastião. O autor pede ajuda às Tágides para escrever a sua obra fantástica.
Devem ler! Vão gostar!”

Marco Filipe Gonçalves, nº 11


“Os Lusíadas é um grande texto português, que conta os feitos dos portugueses ajudados por seres sobrenaturais. O autor desta obra é Luís de Camões, um grande escritor português. É desta obra e mais algumas que nos devíamos orgulhar, porque foi graças a essa obra que nós, povo português, ficamos (re)conhecidos a nível mundial. Todas as pessoas deviam lê-la para ficarem a saber quanto o nosso povo foi corajoso não só por ter descoberto o Brasil mas também outras terras.”

Emanuel, nº 4



“Aconselho todos os alunos a ler Os Lusíadas, porque é uma obra interessante e não como todos dizem que é um bicho-de-sete-cabeças. Esta história tem coisas interessantes e palavras muito divertidas. Eu, quando comecei a ler, comecei a gostar, mas enquanto não o fiz, dizia que era grande seca e que não ia gostar. Quando começarem a ler, também se vão interessar muito.”

Ana Isabel, nº 2


“Eu estou a adorar ler a obra Os Lusíadas e aconselho-o vivamente a toda a gente, porque é uma obra esplêndida, genuína e maravilhosa, pois Luís de Camões foi sem dúvida um génio da literatura portuguesa. Ele, sim, sabe verdadeiramente a importância do povo português, revela patriotismo, elogia tanto o povo, que ficamos ainda mais orgulhosos de ser portugueses. Não só ficamos orgulhosos mas também contentes por saber que Portugal contribuiu e muito para a História do mundo.”

Mafalda Silva, nº 10




“É importante ler Os Lusíadas, até porque tem bastantes informações importantes e ensina-nos também a compreender certas coisas.”

Ana Cláudia Silva, nº 1

“Ao longo das aulas de Português, fui lendo Os Lusíadas e acho que é uma obra interessante, porque Camões conta os feitos dos portugueses e diz também a quem dedica o seu livro. Também acho que é interessante ler Os Lusíadas, porque conta tudo o que os portugueses tiveram que fazer naquela época.”

Ricardo Jorge Silva, nº 13

“Camões é um dos grandes escritores portugueses e a razão pela qual ele é um grande escritor é pela sua obra mais conhecida intitulada Os Lusíadas.
Nesta obra, ele retrata a magnitude do povo português, contando algumas das suas viagens e os feitos deste grande povo.
Podemos achar que estudar esta obra é muito difícil e as pessoas não a lêem por essa razão, mas se não a lerem nunca saberão se é verdade e, por isso, devemos ler esta obra.”

Tiago Oliveira, nº 15



sexta-feira, 7 de março de 2008

Semana da leitura


O 8ºF, depois de uma agradável conversa com João Pedro Mésseder, convidou o escritor para um projecto de escrita colaborativa.
Posted by Picasa

semana da leitura | imagens



Posted by Picasa

quinta-feira, 6 de março de 2008

Leituras fora de portas


Na segunda-feira, dia 3 de Março, o 8ºF visitou a Escola do Falcão e partilhou algumas leituras com os alunos da professora Helena. Estes, simpaticamente, retribuiram com umas quadras alusivas a "O Aquário". No fim, o 8ºF passou pela sala do ensino especial e leu a o poema ao Fábio, ao Vasco e à Jessica.
Posted by Picasa

domingo, 2 de março de 2008

O Aquário em poesia | 8ºE


Era uma vez
Um mundo extraordinário
Com muitos peixes
Todos juntos num aquário.

Sempre triste andava o vermelho,
Sozinho e renegado.
Quando o negro chegou
Deixou de ser abandonado.

Durante tempos eram quatro
Mas um dia tudo mudou
O peixe negro chegou
E a vida do vermelhinho melhorou

Contudo uma doença chegou
E essa aí se alastrou.
Todos se viraram contra o negro,
Só um amigo lhe restou.

Era um peixe muito peixe
Que um dia ao aquário chegou.
Muito medo tinham dele,
Mas grande amigo se tornou.
Cláudio, Tiago F., Fábio 8ºE

Lipograma | O Aquário


Depois dos lipogramas, elaborados pelo 1oº ano, o 8ºF decidiu reescrever a história sem "e":



No aquário , vivia um trio de animais marinhos azuis. Um dia, o dono do aquário pôs aí mais um bicho aquático carmim. O trio azul não gostou muito do novo inquilino, por isso não partilhavam sua comida. O rubro principiou a ficar muito fraco, mas tudo mudou com a vinda do animal marinho listado. O novo morador com tons nocturnos ficou amigo do rubro. Andavam juntos para todo o lado. Os azuis tinham pavor do novo morador. Um dia, o das riscas, mais o trio, ficou indisposto. Os azuis culpavam o mais nublado, só o rubro suportava tudo, cuidando com afinco dos outros. Mas, ainda assim, foi contagiado com a indisposição. Conseguiu, contudo, chamar por ajuda. O rapaz, com o pai, trocou a agua do aquário e tudo ficou limpo. A harmonia voltou ao aquário: agora nadam, com satisfação, todos juntos.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O senhor Juarroz | Gonçalo M. Tavares.




O Senhor Juarroz de Gonçalo M. Tavares com poemas de Roberto Juarroz.



Um espectáculo absurdo e surrealista artísticamente inspirado na pintura de René Magritte. Quinta-feira, de manhã, dia 28 de Fevereiro, vamos ao Teatro da Vilarinha, assistir à dramatização de O SENHOR JUARROZ, encenado por João Luiz, com cenografia de João Calvário, figurinos de Susanne Rösler, música de Pedro Junqueira Maia, desenho de luz de Rui Damas e interpretação de Patrícia Queirós e de Rui Spranger.



Nota impornte; o 8ºF já leu alguns livros do estranho Bairro concebido por Gonçalo M. Tavares.



Um excerto de O SENHOR JUARROZ:


"O Senhor Juarroz pensou num Deus que, em vez de nunca aparecer, aparecesse, pelo contrário, todos os dias, a toda a hora, a tocar à campainha. Depois de muito meditar sobre esta hipótese o Senhor Juarroz decidiu desligar o quadro da electricidade." Gonçalo M. Tavares"O Senhor Juarroz por vezes punha uma venda nos olhos para não ser distraído pelas formas e cores das coisas. Quando as coisas além de existirem também faziam sons, o Senhor Juarroz, em apoio da venda, utilizava algodão nos ouvidos. Porém, certas coisas, devido aos seus aromas fortes, insistiam em infiltrar-se pelo nariz do senhor Juarroz, o que o levava, por vezes, a tapá-lo com uma mola." Gonçalo M. Tavares


«Ver para ler» no Campo Alegre


O 8ºG vai assistir, napróxima sexta-feira, à leitura encenada de três contos de Sophia M. Breyner Andresen - O silêncio, A casa do mar e Saga - pertencentes ao livro Histórias da Terra e do Mar.

As minhas leituras ao longo do 1º período…


As minhas leituras ao longo do 1º período…

Aconselho-vos a ler o Auto da Barca do Inferno, porque é uma obra interessante, que retrata os vícios das diferentes classes sociais/profissionais da época. A obra foi escrita no século XVI. O Auto da Barca do Inferno pertence ao texto dramático, sendo escrito em verso e é constituído por 10 cenas. Cada uma delas com os seus mistérios. O autor critica classes sociais e classes profissionais. Cada pessoa é submetida a um julgamento final em que o Diabo e o Anjo vão lançando acusações e as personagens tentam defender-se.

André, 9ºG, nº 4

Lua de Joana de Maria Teresa Maia Gonzalez


Ao lermos o livro Lua de Joana de Maria Teresa Maia Gonzalez, não podemos deixar de pensar na forma como, muitas vezes, passamos por coisas que na vida são realmente importantes. Este livro alerta-nos para a importância de estarmos atentos a nós e ao outro, de em conjunto sermos capazes de percorrer um caminho que nos conduz a uma vida plena…

Marisa, 9ºG, nº 15
Ana Rita, 9ºG, nº 3
Ana Borges, 9ºG, nº 1

Auto da Barca do Inferno


A obra que li e que me chamou mais a atenção foi o Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente, embora tenha sido escrito há uns bons séculos, mas mantém-se sempre actual.
A obra faz uma dura crítica à religião e a diferentes grupos profissionais e sociais.
É uma obra que vale a pena ler.

Bruno Marta, 9ºG, nº 6
Hélder Moreira, 9ºG, nº 12
Luís Moreira, 9ºG, nº 14

Sugestões do 9ºG


Para o próximo ano, vão ter a oportunidade de ler o Auto da Barca do Inferno que tem como autor Gil Vicente.
No Auto da Barca do Inferno, existem dez personagens, cada uma delas com os seus pecados ou virtudes.
Todas elas entram na Barca do Diabo, à excepção do Parvo, que, apesar de ter pecado, nunca o fazia por mal, por que era pobre de espírito. Os Quatro cavaleiros que, além de serem corajosos, lutaram em nome de Deus e nunca poderiam ser julgados, pois nunca cometeram pecados durante as suas vidas terrenas.
Ao longo das cenas, vão entrando várias personagens com alguns símbolos cénicos e cada símbolo tem um certo significado.
A primeira personagem a entrar em cena é o Fidalgo, que vem acompanhado pelo Pajem, que significa o pobre povo queixoso e oprimido. O Fidalgo irá embarcar para o Inferno.
Para saberem mais, terão que ler a obra!!!!


Sílvia Queirós, 9ºG, nº 17
Ruben Caldas, 9ºG, nº 16
Inês Faria, 9ºG, nº 18


CENA DOS QUATRO CAVALEIROS


CENA DOS QUATRO CAVALEIROS (resumo)

A cena do Auto da Barca do Inferno, que nós mais gostámos, foi a d’Os Quatro Cavaleiros de Cristo, porque são as últimas personagens. Trazem armas e uma cruz – símbolos do Cristianismo – e são os únicos que vão para a barca do Anjo.
O Diabo ainda os convida para ir para a barca do Inferno, mas eles passam por ele e assim vão para a barca do Anjo e são recebidos pelo Anjo (ao contrário das outras personagens que cometeram muitos pecados ao longo da sua vida e não entraram na barca da Glória). Estes cavaleiros lutaram pelo triunfo antes de morrer, ou seja, ao serviço da santa fé católica, em poder dos mouros. Obviamente, estes heróis são julgados, perdoados e aceites na barca do Anjo. A sentença dos Quatro Cavaleiros é a glorificação do ideal das cruzadas e do espírito do Cristianismo puro.


Diogo Coelho, 9ºG, nº 8
Fábio Magalhães, 9ºG, nº 10


sábado, 23 de fevereiro de 2008

Mimos


Nós somos como os peixes de O Aquário: todos diferentes por fora e todos diferentes por dentro, mas todos precisamos de alimentar o coração.

Alimentar o coração é dar rebuçados.
Os rebuçados do coração são os mimos que recebemos e que damos.
Se não dermos, nem mimos, o coração pára e se ele não parar deixamos de viver!


Maria e Cátia

O quê que quem


Amigos são doces que não estragam os dentes.
Dentes são o que mostramos quando sorrimos.
O sorriso são os amigos.



Um trabalho da Cátia e da Maria, depois de terem lido O quê que quem: notas de rodapé e de corrimão de Eugénio Roda e Gémeo Luís

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Verónika Decide Morrer



Nós lemos Verónika Decide Morrer de Paulo Coelho


O livro refere uma jovem que decidiu morrer. Verónika era o seu nome. Viveu os mesmos sonhos de qualquer jovem em qualquer parte do mundo. Seu emprego era razoável, morava num quarto um pouco pequeno, mas que lhe dava a sua privacidade. Verónika frequentava bares e encontrava rapazes atraentes e saía com alguns deles, mas mesmo assim Verónika não era feliz. Algo faltava na sua vida. E foi por isso que na manhã de 11 de Novembro de 1997 Verónika decidiu morrer.Fantasia, sonhos. Paixão ou loucura. Desejo e morte. No caminho Verónika apercebe-se que cada minuto da vida é uma opção que fazemos entre viver e desistir.Verónika experimentou novos prazeres e descobre que há sempre um sentido para a vida. Só que o tempo é curto. Verónika decidiu morrer e esse caminho não tem volta. E foi assim que uma jovem perdeu a vida. Por mais que experimentasse prazeres novos, nunca encontrou a felicidade…


Como Verónika dizia:

“Tenho de me controlar
Sou alguém que leva até
Ao fim qualquer coisa que
Decida fazer.”


Ana Paula, 9ºG, nº 2

Juliana Dias, 9ºG, nº 13

Auto da Barca do Inferno


O Auto da Barca do Inferno é uma obra dramática de Gil Vicente, representada pela primeira vez em 1517. Entram nela 12 personagens: o Anjo e o Diabo, representando respectivamente o Bem e o Mal, julgando as personagens que vão aparecendo cena a cena; um Fidalgo que trazia um manto e um pajem que transportava a sua cadeira de espaldas; um Sapateiro que trazia um avental e alguns moldes; um Onzeneiro que transportava uma grande bolsa; um Parvo; um Frade que trazia consigo uma moça, uma espada, um capacete e um escudo, uma Alcoviteira que trazia umas moças e vários cofres, entre outras coisas; um Judeu que trazia o seu bode, um Corregedor e um Procurador que se faziam acompanhar de processos e livros, um Enforcado e os Quatro Cavaleiros que transportavam a cruz de Cristo. Gil Vicente, ao escrever esta obra, quis mostrar, com algum humor, o que as pessoas daquele tempo faziam.
Aconselhamo-vos a ler esta obra. Nós achámos espectacular e que vocês também vão achar. A nossa cena preferida foi a do Parvo, porque é a mais hilariante.

André Moreira, 9ºG, nº 5
Fábio Magalhães, 9ºG, nº 10

Um consellho para os alunos do 8º ano


Para o ano terão oportunidade de conhecer o Auto da Barca do Inferno que é um texto muito interessante, onde se encontram dez personagens cada uma com o seu pecado. Vais também poder analisar o destino de cada uma: a barca do Anjo ou a barca do Diabo (Inferno).Este texto vai levar-te a recuar vários séculos e poderás aprender de onde derivou a nossa língua. Na minha opinião, aconselho-te a ler atentamente a cena dos Quatro Cavaleiros. É uma cena muito interessante, pois é a única onde se faz jogo limpo com o nome de Deus, pois morreram em Seu nome.

Daniela Nadine Silva, 9ºG, nº 7

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Dezenas de mãos para construir um poema

Os alunos do 7ºE iniciaram um processo de escrita colaborativa com o escritor João Pedro Mésseder: um processo de "pingue-pongue" feito através das novas tecnologias.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Pequeno poema para o “peixinho vermelho”



És forte e decidido
E para sempre irás ser
Junta-te a mim, meu amigo
Juntos iremos vencer!

Ana Pereira, nº 3, Hugo, nº 9, João Monteiro, nº 10, e Soraia, nº 20

Novidades para todos os peixinhos!


Temos novidades para todos os peixinhos vermelhos!
Vimos, por este meio, informar todos os “vermelhos” que temos um “aquário” aberto 24 horas por dia onde recebemos peixes que queiram ser verdadeiros amigos. Neste “aquário” podem brincar à vontade, conviver e partilhar a comida.
Esperamos que apareçam, porque, com a partilha, vamos ficar todos a ganhar!

João Pedro, nº 11, e Sérgio, nº 19

Mensagens a todos os “peixinhos vermelhos” que andam por aí


Peixinho vermelho, eu compreendo-te perfeitamente, pois tenho o mesmo problema. Onde quer que vá, gozam-me, batem-me e, por vezes, ignoram-me, disfarçando, como se eu não estivesse ali. Começo a perder a vontade de sair de casa, de me impor, de esperar e esperar que me aceitem, que notem que existo…
Queres juntar-te a mim? Eu sei que existes e para ti eu também existirei.

Carlos, nº5, e Tiago Mesquita, nº 22



Temos novidades para todos os peixinhos vermelhos!
Vimos, por este meio, informar todos os “vermelhos” que temos um “aquário” aberto 24 horas por dia onde recebemos peixes que queiram ser verdadeiros amigos. Neste “aquário” podem brincar à vontade, conviver e partilhar a comida.
Esperamos que apareçam, porque, com a partilha, vamos ficar todos a ganhar!

João Pedro, nº 11, e Sérgio, nº 19

Socorro! Sou um “peixinho vermelho”!




Ajudem-me! Estou só num mundo repleto de seres desconhecidos, que, mesmo não o sendo realmente, me parecem e comportam-se como tal. São cruéis, fazendo-me sentir invisível (a mim, que sou vermelho!), não fazendo o mínimo esforço para me integrar, pelo contrário, discriminam-me, atirando-me para um mundo negro, chamado “solidão”.

Caminho sozinho na minha amargura,
Vive em mim uma eterna solidão
Cruel e muito dura…

Ana Pereira, nº 3, Hugo, nº 9, João Monteiro, nº 10, e Soraia, nº 20

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Metamorfose, de Herberto Helder



Teoria das Cores



Era uma vez um pintor que tinha um aquário com um peixe vermelho. Vivia o peixe tranquilamente acompanhado pela sua cor vermelha até que principiou a tornar-se negro a partir de dentro, um nó preto atrás da cor encarnada. O nó desenvolvia-se alastrando e tomando conta de todo o peixe. Por fora do aquário o pintor assistia surpreendido ao aparecimento do novo peixe. O problema do artista era que, obrigado a interromper o quadro onde estava a chegar o vermelho do peixe, não sabia que fazer da cor preta que ele agora lhe ensinava. Os elementos do problema constituíam-se na observação dos factos e punham-se por esta ordem: peixe, vermelho, pintor - sendo o vermelho o nexo entre o peixe e o quadro através do pintor. O preto formava a insídia do real e abria um abismo na primitiva fidelidade do pintor. Ao meditar sobre as razões da mudança exactamente quando assentava na sua fidelidade, o pintor supôs que o peixe, efectuando um número de mágica, mostrava que existia apenas uma lei abrangendo tanto o mundo das coisas como o da imaginação. Era a lei da metamorfose.Compreendida esta espécie de fidelidade, o artista pintou um peixe amarelo.



Herberto Helder (1930) - Os Passos em Volta